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Inês Etiene Romeu e a casa morte

Foto do escritor: Katia GutierreKatia Gutierre

Inês Etienne Romeu , foi a única sobrevivente das

violências terríveis que aconteceram na casa

da morte na ditatura.


Denunciante da violência de estado e gênero


¨se eu morrer...¨


"Eu os via como se fosses bestas, instrumentos de um sistema cruel e violento. (...) Você pode imaginar todas as maldades e sadismos possíveis, mas quando você enfrenta esse sadismo pessoalmente é algo inacreditável. E eu pensava, dentro do que chamo de pensamentos infantis, o seguinte, que meus irmãos todos — e a família é muito grande, são sete irmãos, pai, mãe, primos — pagavam impostos para sustentar aquelas pessoas que estavam me torturando; (...) Quando se fala na tortura não é para comover ninguém, provocar lágrimas, as pessoas têm que ter uma consciência muito profunda do que é a tortura e termos de instituição. (…) Não podemos deixar que a bestialidade seja institucionalizada; é uma coisa anti-humana"


A casa morte foi usada como centro de tortura e espaço de onde os civis desapareceram, na epoca da ditadura (1964 -1985) e a única sobrevivente Inês Etienne Romeu, foi a responsável pela denuncia do local em 1979.


Etienne começou seu depoimento falando ¨se eu morrer ¨ e no decorrer revelou o local da casa em Petrópolis no Rio de Janeiro, o codinome e o nome dos carcereiros e torturadores, assim como o nome de vítimas que por lá passaram.

Relatou também que passou por choques elétricos na cabeça e espancamento no pau-de-arara, que em seguida, foi transportada para o Rio de Janeiro, ficou em uma delegacia e no dia seguinte foi levada vendada a uma casa na região serrana do Estado, posteriormente conhecida como Casa da Morte, onde permaneceu por 96 dias sem prisão formalizada e sem que seus familiares soubessem de seu paradeiro.

Em 1979, era a única mulher na história do Brasil a ter sido condenada a um tempo de prisão que, na prática, correspondia à prisão perpétua. E mais: ela não foi incluída na lista de pessoas que seriam anistiadas, embora fosse uma presa política, sua liberdade condicional está marcada pela sororidade e pelo olhar feminino.


A Comissão Nacional da Verdade incluiu a Casa da Morte em seu Relatório final de 2014, destacando sua importância histórica e a necessidade de reparação.


Agora a Casa da Morte se torna o primeiro memorial oficial da União e será conhecida como “Memorial da Luta pela Justiça”.




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