
Denuncie!
- Katia Gutierre
- 23 de jul.
- 2 min de leitura
Justiça é feita: médico é condenado a 43 anos de prisão por crimes sexuais após denúncias de mais de 10 mulheres
A condenação do médico mastologista Danilo Costa, ocorrida em julho de 2025, representa um importante marco na luta contra a violência sexual no Brasil. O caso, que envolve crimes cometidos contra pacientes e funcionárias de um hospital em Itabira, Minas Gerais, ganhou repercussão nacional após mais de 10 mulheres denunciarem abusos cometidos durante consultas e no ambiente hospitalar.
Após investigações detalhadas, a Justiça determinou a pena de 43 anos de prisão, sem direito a recorrer em liberdade. Além da pena criminal, o médico deverá pagar indenizações por danos morais no valor de R$ 1,3 milhão, com valores individuais entre R$ 100 mil e R$ 400 mil para cada vítima.
Segundo o Ministério Público, Danilo Costa se aproveitava da vulnerabilidade das pacientes, utilizando seu cargo e a relação de confiança estabelecida durante atendimentos médicos para cometer abusos. Já as funcionárias relataram episódios de toques inapropriados, falas constrangedoras e até agressões físicas dentro do hospital. Os atos ocorriam em momentos em que a unidade estava com baixo movimento, sem a presença de testemunhas.
A palavra das vítimas foi ouvida
Durante o julgamento, a juíza responsável pelo caso destacou os impactos físicos e emocionais que os crimes causaram às vítimas, reforçando a necessidade de responsabilização do agressor. A sentença reconhece que os abusos não foram “condutas éticas questionáveis”, mas sim crimes sexuais graves, praticados por um profissional que deveria proteger e cuidar.
Para muitas das mulheres envolvidas, o processo foi doloroso, mas também transformador. Em nota, a advogada de parte das vítimas declarou:
“O Judiciário reconheceu, com clareza, a gravidade dos crimes cometidos. Sabemos que ainda cabem recursos, mas o recado já foi dado: foram crimes sexuais, e a Justiça tratou como tal.”
O poder da denúncia
Casos como este reforçam a importância de romper o silêncio. A coragem das primeiras mulheres em denunciar possibilitou que outras vítimas também encontrassem apoio e justiça. Mesmo diante do medo, da vergonha e das tentativas de descredibilização, a voz dessas mulheres ecoou — e foi ouvida.
O caso ainda não está encerrado. O Ministério Público segue investigando outras denúncias que envolvem o mesmo médico, e um novo processo pode ser aberto com base em relatos de pelo menos mais cinco mulheres.
Denunciar é um ato de coragem e proteção coletiva
É fundamental lembrar que a violência sexual, seja no ambiente médico, profissional ou pessoal, nunca é culpa da vítima. E que denunciar é um direito e uma forma de proteger a si mesma e a outras mulheres.
Se você está passando por uma situação de abuso ou conhece alguém que esteja, não se cale. Busque apoio. Você não está sozinha.
📞 Disque 180 — Central de Atendimento à Mulher
📞 Ligue 190 em casos de emergência
🏥 Procure um posto de saúde, delegacia especializada ou centro de apoio à mulher

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